quinta-feira, 12 de setembro de 2013

RESILIÊNCIAS

Li uma frase de Augusto Cury que muito me chamou a atenção. Diz o seguinte: “Você interpreta o mundo pelas janelas da sua história”. Refleti sobre a mesma, observei um enunciado profundo e real, baseando acontecimentos cotidianos, ou nem tanto, que ocorrem em nossas vidas até mesmo sem nosso conhecimento, com atitudes de pessoas próximas ou não, mas que de alguma forma tiram nosso sossego. Embora eu tenha tido uma história que, apesar dos pesares, louvo a Deus por ela, pois assim foi a Sua vontade; sofrida, com perdas significativas, com restrições e simplicidade, sempre tive o meu lado “gente” que sempre falou mais forte. Durante uma vida eu tive a exacerbada preocupação com todos, em não magoar as pessoas, em me doar ao extremo à estas, em sofrer com meus medos, culpas que com certeza na maioria das vezes nem tinha, resumindo, agradar e agradar. Só que chega num momento da vida que as lutas, as experiências mais que fortes, mais que cruéis que vivenciamos faz com que comecemos a pensar primeiramente em nós, ou pelo menos mais um pouquinho, (não que eu tenha me tornado uma pessoa alheia, injusta, desumana e perdido minha generosidade, que modéstia à parte sei que esses são pontos fortes em mim, da minha essência, quem me conhece sabe bem disso). Mas sabe o pensamento de Mário Quintana sobre as borboletas? De enfeitar seu jardim para que elas venham? O meu jardim, eu diria, continua sendo enfeitado, mas penso que essa velha mania de ‘se for prá alguém se magoar que esse alguém seja eu? Descobri que de verdade não há jardim que resista. Chega um momento que de tantas ervas daninhas que tentam adentrá-lo ou que se entronizam nele, esses enfeites acabam por exagerar na dose e deixam marcas, assim como o de todos os outros seres viventes. Mas devo dizer que conto com algumas flores a mais que muitos, graças a Deus, pois são flores murchas que vêem para ressecar seus caules, a vida da planta, e com isso não há como não adquirir certa resistência à certas “janelas”. Quero ainda produzir, ajudar, servir, falar da vida; desse ”mundo” belo, que apenas nós podemos defini-lo justamente através de nossas histórias, e principalmente suas lutas, suas provações. E Tive uma sacudida muito forte no sentido de saber que independente do que eu faça ou seja, ou do que aconteça comigo, as pessoas são apenas pessoas que em determinados momentos, movidas por algum sentimento qualquer estarão ao meu lado, demonstram um apego que, na verdade são meio que obrigações de toda boa tribo, que preza os seus membros, ou o que a sociedade impõem que estes representem, não o que é a real. Então, a conclusão é a seguinte: “Seja sempre você e sua consciência, fale pouco, ou não fale nada, tudo poderá e vai ser usado contra você no momento oportuno; principalmente se estiver uma insatisfação, uma discórdia sobre algo, ou se você deu pitaco sincero demais onde realmente não era da conta”. Lembrando que o início desse texto diz: “Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa você precisa em primeiro lugar, não precisar dela”. Mas quem gosta de jardins e rosas, sempre retornarão, mesmo que seja apenas para ver o estado e zelo do mesmo.